Tradicionalmente, quando alguém opta por uma carreira, como engenharia, Direito ou medicina, está seguindo uma aptidão. No entanto, não basta ter apenas vocação. Na advocacia, o grande desafio do profissional é saber como encarar os desafios de ingressar na carreira e administrar seu escritório.
Como em outros negócios, na advocacia, visão de negócios e empreendedorismo são essenciais para o sucesso. No mundo jurídico há uma concorrência acirrada para ingressar no mercado e também para sobreviver e montar seu próprio negócio.
Para o consultor Rodrigo Bertozzi, o mercado cresceu e mudou muito nos últimos dez anos, ocasionado, entre outros fatores, pela expansão geográfica das grandes corporações, pelos processos de privatização, fusão e aquisição de empresas. Essa transformação trouxe mais oportunidades para advogados, o que culminou, também, no crescimento do número de universidades e de alunos interessados na carreira, bem como no surgimento de novas áreas”.
O consultor apresenta alguns números para defender a tese. Segundo levantamento da Selem, Bertozzi & Consultores Associados, atualmente os escritórios brasileiros de advocacia atuam em 48 de áreas, contra 10 áreas em 1990.
“Existem novos segmentos como o Direito do Entretenimento, a área de Infraestrutura, o Biodireito, o Direito Bélico e o Direito das Novas Tecnologias. Vivemos a era da hiperexpertise. São novas portas que se abrem para profissionais que acompanham as tendências e constroem cenários futuros favoráveis neste mercado competitivo”, afirma.
Autor do livro “A Nova Reinvenção da Advocacia: A Bíblia da Gestão Legal no Brasil”, Bertozzi ainda destaca que atualmente existem 835 mil advogados no país e a previsão de que o país terá 1 milhão de profissionais até 2018. “Haverá campo de trabalho para todos. Basta que esse profissional trace uma estratégia fora das convencionais e se antecipe às tendências, através de muito estudo do mercado e a elaboração de um projeto a longo prazo”, diz o consultor.
Excesso de faculdades
Bertozzi também salienta o número de faculdades de Direito: são 1120 instituições no Brasil. “Este número é maior que o número somado de faculdades de Direito de países como EUA, China, Alemanha, Itália e França. Atualmente, são 750 mil estudantes matriculados em Direito no país. Eles precisam de ferramentas e gestão de carreira para se destacar no mercado. ”
Para o consultor, o surgimento de novas áreas em Direito, e o aumento de oportunidades em velocidade similar ao aumento de escolas e alunos do Direito, reforçam a necessidade dos advogados recém-formados irem além do desempenho técnico e da qualidade dos serviços prestados.
“Será cada vez mais necessário que os escritórios profissionalizem suas estruturas e sua gestão como se fossem verdadeiras empresas, se adaptando às novas necessidades do mercado, com prudência na seleção de estratégias e implantação de novas formas de administração e comunicação jurídica”, explica Bertozzi.
“Por meio da gestão planejada estrategicamente será possível a busca pelo desenvolvimento futuro do negócio como um todo, agregando valor aos serviços prestados, de modo que o profissional e o escritório se diferenciem de seus concorrentes e alcancem o sucesso empresarial”, conclui.
Fonte: Última Instância
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